Angónia e Balama estimulam camponeses para garantir produção com padrão internacional
Os administradores de Angónia, Paulo Sebastião, e de Angónia, Edson Lino, estimulam camponeses com formações e melhoramento do processo produtivo de modo que sejam capazes de produzir culturas com padrão internacional em todo o período do ano.
91% da população de Angónia, um dos distritos férteis da província de Tete, vive da agricultura. A informação foi revelada esta tarde, pelo Administrador de Angónia, Paulo Sebastião. Na verdade, a percentagem apresentada representa, de facto, que a agricultura é a principal actividade de subsistência nas várias zonas rurais do território nacional. Por isso, disse o Administrador de Angónia, o distrito têm dado muita atenção ao sector agrícola. “Temos um centro de treinamento de tecnologias agrárias, onde as pessoas são orientadas, assistidas, porque percebemos que a população está a trabalhar muito, mas que não produz como pretende, com perdas na ordem de 30%”.
De acordo com o administrador Paulo Sebastião, no distrito de Angónia existem 140 mil famílias produtoras, que precisam de estímulo para que possam alcançar o tão almejado nível de produção internacional. Nesse sentido, os camponeses organizaram-se em associações, o que lhes tem permitido produzir quantidades de milho, feijão e soja suficiente para o consumo local e para comercialização nas cidades de Nampula, Beira e Maputo, portanto, chegam às três regiões do país.
De modo a garantir que (em Angónia) seja uma realidade a produção com padrões internacionais, 2041 produtores foram formados nos centros de tecnologia. A grande aposta do distrito é atingir uma produção de qualidade de sementes, minimizar as perdas de produção e resolver o problema de escoamento. Em Angónia produz-se em séries, em todo o período.
Paulo Sebastião entende que Angónia está a crescer, resultado da disseminação de técnicas de produção que os líderes das associações replicam nessas mesmas associações, depois de formados. Actualmente, aquele distrito do norte de Tete está a formar 37 jovens em matérias agrárias, onde eles aprendem a produzir em compostos orgânicos através de velhos compostos. “Pensamos, como Governo, que devíamos potenciar alguns jovens. Os 37 jovens fomos escolhendo ao nível das comunidades, com a excepção de uma que é mais populosa, dois em cada. Quando estes jovens voltarem às suas zonas de origem, levarão o conhecimento como um ganho, pois vão ensinar aos outros o que estão a aprender. Assim, acreditamos que os 140 mil agricultotres que o distrito tem passarão a ter uma assistência directa durante a sua actividade. O curso é de três meses e alguns dias, para todo o tipo de culturas com um campo de demonstração, que os permite aprender rápido e com eficiência”.
Do que o distrito de Angónia produz, 25% vai para o consumo e o resto para comercialização. Nisso, o problema é a existência daqueles que, ao invés de ajudar, boicotam a rentabilidades dos camponeses: “os intermediários é que fazem com o produtor não tenha o ganho traduzido no seu esforço”. Por isso, defendeu Paulo Sebastião, além de apoiar com treinamento, há necessidade de as ONG ajudarem os camponeses no estabelecimento de links”.
Criar condições para que os camponeses consigam atingir um nível de produção internacional também é do interesse do distrito de Balama, na província de Cabo Delgado. É por essa razão que, à imagem de Angónia, Balama está a trabalhar na componenete da semente. “Queremos que os nossos agricultores tenham semente certificada, de modo que no fim do ciclo de produção os níveis produtivos seja sempre crescente. Estamos a introduzir semente híbrida, para que a produtividade seja a alemejada, com os padrões de colheita por hectare vs. toneladas. É esta a nossa visão, como Governo, assistir o agricultor de modo a ter um rendimento maior. Só assim podemos fazer com que o agricultor seja competitivo. Em termos de técnicas de producao, nós temos estado a buscar experiências em outros mercados agrícolas, para demonstrar qual é a melhor cultura para ser produzida em cada época”, explicou Edson Lino, Administrador de Balama.
Para Lino, a solução agrícola está perto do camponês, do produtor “e é essa a visão que nós, como Governo, estamos a fazer: criar um ciclo de assistência ao camponês. Ao invés dele sair da localidade ao centro do distrito, criarmos condições dele ter facilitadores perto de si, para baixar o nível de perdas de produção. Por isso, de acordo com a experiência que estamos a ter, a próxima época será ainda melhor”.
Ao falar de competitividade, Edson Lino disse que o que se pretende é que Balama consiga fornecer a cebola com a mesma qualidade que aquela que vem da África do Sul, com todos os critérios de qualidade de produção asseguradas, desde a preparação do solo ao processamento. “Agora, o grande desafio é fornecer a cebola de qualidade o ano todo, daí que necessitamos melhorar os níveis de conservação”, afirmou Edson Lino, acrescentando: “o que temos de fazer é transformar a nossa maneira de fazer as coisas e a nossa maneira de processar, para que sejamos competitivos em relação aos produtos que vêm de fora”.
Outra questão que mereceu destaque do Administrador de Balama tem que ver com a satisfação do camponês, relacionada com os pagamentos, que, em muitos momentos, demoram a ser cedidos. Por exemplo, muitos camponeses estão a abandonar a cultura do algodão por preferirem gergelim. Nesta, a grande particularidade é que o pagamento é imediato. “Precisamos que o agicultor tenha os seus vencimentos sem demora, de modo que possa cuidar melhor da sua família”.
Os administradores de Balama, em Cabo Delgado, e de Angónia, em Tete, defenderam as suas posições no debate sobre “Desenvolvimento local do agronegócio”, na segunda edição da MOZGROW, este ano a acontecer no formato digital, com transmissão na Stv notícias, até sexta-feira.